ATA DA SEXTA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA, EM PRORROGAÇÃO, DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 27.12.1991.

 


Aos vinte e sete dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e noventa e um reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Sexta Sessão Extraordinária da Décima Quinta Sessão Legislativa Extraordinária, em Prorrogação, da Décima Legislatura. Às vinte e uma horas e quarenta e sete minutos foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adroaldo Correa, Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Jaques Machado, Gert Schinke, Giovani Gregol, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Mano José, Nereu D'Ávila, Omar Ferri, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, João Verle, João Bosco e Mário Fraga. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a apreciação de matéria constante na Ordem do Dia. A seguir, foi aprovado Requerimento do Vereador Ervino Besson, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, nesta data. Após, o Senhor Presidente respondeu Questão de Ordem do Vereador Airto Ferronato, acerca do referido Requerimento do Vereador Ervino Besson. Em continuidade, o Senhor Presidente apregoou Requerimento do Vereador Leão de Medeiros, que apresenta recurso à Presidência da decisão da Mesa Diretora que indeferiu a oitiva da Auditoria da Casa através de Requerimento do Vereador Omar Ferri, após ter sido encaminhado pelo Autor, Vereador Leão de Medeiros. A seguir, foi rejeitado o mencionado Requerimento do Vereador Leão de Medeiros, por quatro Votos SIM contra vinte Votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, tendo votado Sim, os Vereadores Isaac Ainhorn, Leão de Medeiros, João Dib e Mano José, votado Não os Vereadores Airto Ferronato, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Gert Schinke, Jaques Machado, João Motta, João Verle, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Letícia Arruda, Luiz Machado, Nereu D'Ávila, Wilton Araújo, Adroaldo Correa, João Bosco, Vieira da Cunha e Mário Fraga e optado pela Abstenção o Vereador Artur Zanella, tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Isaac Ainhorn. Após, o Senhor Presidente indeferiu Requerimento do Vereador João Dib, solicitando a suspensão da Sessão por quinze minutos, bem como respondeu Questão de Ordem do Vereador Vieira da Cunha, acerca deste Requerimento de suspensão dos trabalhos. A seguir, o Vereador Leão de Medeiros solicitou as cópias táquigráficas da presente Sessão no referente à suspensão ocorrida nos trabalhos, quando solicitado pelo Vereador Nereu D'Ávila, e ao indeferimento de pedido de teor similar feito pelo Vereador João Dib. Ainda, foi deferido pelo Senhor Presidente Requerimento do Vereador João Dib, solicitando audiência da Comissão de Justiça e Redação quanto à Questão de Ordem do Vereador Isaac Ainhorn, de que o Processo nº 2052/91 conteria matéria já rejeitada através do Processo nº 486/91. Tal deferimento foi considerado sem efeito suspensivo. Em continuidade, o Senhor Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores João Dib, Vicente Dutra, Vieira da Cunha e Isaac Ainhorn, acerca do deferimento acima referido. Às vinte e duas horas e vinte oito minutos, os trabalhos foram suspensos, nos termos regimentais, sendo reabertos às vinte e duas horas e trinta minutos, constatada a existência de “quorum”. Após, foi rejeitado Requerimento verbal do Vereador Isaac Ainhorn, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão por cinco minutos, a fim de anexar o Processo nº 486/91 ao de nº 2052/91, por seis Votos SIM contra vinte Votos NÃO e três ABSTENÇÕES, tendo votado Sim os Vereadores Isaac Ainhorn, João Dib, Leão de Medeiros, Mano José, Vicente Dutra e Omar Ferri, votado Não os Vereadores Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Jaques Machado, João Motta, João Verle, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Letícia Arruda, Luiz Machado, Nereu D'Ávila, Wilton Araújo, Mário Fraga, Adroaldo Correa, João Bosco, Gert Schinke e Vieira da Cunha e optado pela Abstenção os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella e Luiz Braz, e tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador João Dib. Na ocasião, o Senhor Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Omar Ferri e Isaac Ainhorn, acerca do Requerimento do Vereador Isaac Ainhorn, de suspensão dos trabalhos, e da Vereadora Letícia Arruda, acerca dos artigos 185, 186 e 187 do Regimento Interno. Às vinte e duas horas e quarenta e cinco minutos, foram suspensos os trabalhos, nos termos regimentais, sendo os mesmos reabertos às vinte e duas horas e cinqüenta e três minutos, constatada a existência de “quorum”. A seguir, foi rejeitado Requerimento do Vereador Leão de Medeiros, solicitando a retirada, da Ordem do Dia, nos termos do artigo 146 do Regimento Interno, do Processo nº 2052/91, por nove Votos SIM contra vinte Votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, tendo votado Sim os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, João Dib, Leão de Medeiros, Mano José, Omar Ferri, Vicente Dutra, Isaac Ainhorn e Edi Morelli, votado Não os Vereadores Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Gert Schinke, Giovani Gregol, Jaques Machado, João Motta, João Verle, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Letícia Arruda, Luiz Machado, Nereu D'Ávila, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, Mário Fraga, João Bosco e Adroaldo Correa, e optado pela Abstenção o Vereador Luiz Braz e tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Antonio Hohlfeldt. O referido Requerimento do Vereador Leão de Medeiros foi encaminhado à votação pelos Vereadores Leão de Medeiros, Airto Ferronato, João Dib e Artur Zanella. A seguir, o Senhor Presidente respondeu Questão de Ordem do Vereador Edi Morelli, acerca de telefonemas anônimos recebidos na Casa, de que haveria uma bomba escondida neste Legislativo. Ainda, foi deferido pelo Senhor Presidente Requerimento do Vereador Leão de Medeiros, solicitando destaque para a votação do artigo 3º do Substitutivo nº 04 aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 33/91, e foi rejeitado Requerimento do Vereador João Dib, solicitando adiamento, por duas Sessões, da votação deste Projeto. Tal Requerimento foi rejeitado por seis Votos SIM contra vinte e um Votos NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Isaac Ainhorn, João Dib, Mano José, Omar Ferri, Vicente Dutra e Leão de Medeiros, votado Não os Vereadores Airto Ferronato, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Gert Schinke, Giovani Gregol, Jaques Machado, João Motta, João Verle, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Letícia Arruda, Luiz Machado, Nereu D'Ávila, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, Mário Fraga, Adroaldo Correa e João Bosco, e tendo sido, este Requerimento, encaminhado à votação pelos Vereadores Vicente Dutra e João Dib. Em continuidade, o Senhor Presidente, respondendo Questões de Ordem dos Vereadores João Dib, Vicente Dutra, Leão de Medeiros e Omar Ferri, acerca do horário de votação do Processo 2052/91, registrou transcorrerem três minutos do dia vinte e oito do corrente. Na ocasião, o Vereador João Dib registrou que sua Bancada não votará neste horário, tendo em vista que passa da meia noite do dia vinte e sete do corrente, e solicitando que sua Bancada seja considerada ausente na Sessão. Em Discussão Geral e Votação foi rejeitado o Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 33/91, por um Voto SIM contra vinte e um Votos NÃO e cinco ABSTENÇÕES, tendo votado Sim o Vereador Artur Zanella, votado Não os Vereadores Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Gert Schinke, Giovani Gregol, Jaques Machado, João Verle, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Letícia Arruda, Luiz Machado, Nereu D'Ávila, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, Mário Fraga, Adroaldo Correa, João Bosco, Antonio Hohlfeldt e João Motta, e optado pela Abstenção os Vereadores Airto Ferronato, Edi Morelli, Luiz Braz, Omar Ferri e Isaac Ainhorn, estes dois com Declaração de Voto. Em Discussão Geral e Votação foi rejeitado o Substitutivo nº 02 aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 33/91, por vinte e um Votos NÃO e seis ABSTENÇÕES, tendo votado Não os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Gert Schinke, Elói Guimarães, Jaques Machado, Giovani Gregol, João Motta, João Verle, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Letícia Arruda, Luiz Machado, Nereu D'Ávila, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, Mário Fraga, Adroaldo Correa e João Bosco, e optado pela Abstenção os Vereadores Edi Morelli, Artur Zanella, Airto Ferronato, Isaac Ainhorn, Luiz Braz e Omar Ferri, este com Declaração de Voto. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Substitutivo nº 04 aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 33/91, com ressalva do destaque solicitado pelo Vereador Leão de Medeiros, por vinte e um Votos SIM contra um Voto NÃO e cinco ABSTENÇÕES, tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, este com Declaração de Voto, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Jaques Machado, João Motta, João Verle, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Letícia Arruda, Luiz Machado, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, Mário Fraga, Adroaldo Correa, Nereu D'Ávila, Gert Schinke e João Bosco, votado Não o Vereador Airto Ferronato e optado pela Abstenção os Vereadores Artur Zanella, Isaac Ainhorn, Omar Ferri, Edi Morelli e Luiz Braz. A seguir, com relação a este Substitutivo, foi votado destacadamente e aprovado o artigo 3º, por vinte e um Votos SIM e seis ABSTENÇÕES, tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Gert Schinke, Giovani Gregol, Jaques Machado, João Motta, João Verle, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Letícia Arruda, Luiz Machado, Nereu D'Ávila, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, Mário Fraga, Adroaldo Correa e João Bosco, e optado pela Abstenção os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Edi Morelli, Elói Guimarães, Isaac Ainhorn e Omar Ferri. A seguir, foi aprovado Requerimento do Vereador João Motta, solicitando que o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 33/91 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data, tendo sido, este Requerimento, encaminhado à votação pelo Vereador João Dib. Após, o Senhor Presidente respondeu Questão de Ordem do Vereador João Dib, acerca do Requerimento do Vereador João Motta, acima referido. Em continuidade, o Senhor Presidente apregoou Requerimento do Vereador João Verle, solicitando Licença para Assumir Cargo Público e, ainda, respondeu Questões de Ordem do Vereador João Dib, quanto ao encerramento da presente convocação extraordinária; do Vereador Luiz Machado, sobre incidente ocorrido entre Sua Excelência e o Vereador Isaac Ainhorn, durante esta Sessão; do Vereador Artur Zanella, acerca da licença do Vereador João Verle, acima referida, e da convocação de Suplente para esse Vereador; dos Vereadores Vicente Dutra e Omar Ferri, acerca do artigo 127 do Regimento Interno; e dos Vereadores Isaac Ainhorn e João Dib, acerca dos trabalhos da Casa na próxima semana. A seguir, o Vereador Vicente Dutra solicitou os apanhados taquigráficos da presente Sessão, no relativo à votação do processo nº 2052/91. Aos quarenta e um minutos do dia vinte e oito do corrente, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos da Décima Quinta Convocação Extraordinária, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião de Instalação da Quarta Comissão Representativa, na próxima quinta-feira. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Airto Ferronato e secretariados pelos Vereadores Leão de Medeiros, Airto Ferronato e Artur Zanella, estes dois últimos como Secretários “ad hoc”. Do que eu, Leão de Medeiros, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada por todos os Senhores Vereadores presentes.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Antonio Hohlfeldt): Declaro abertos os trabalhos da 6ª Sessão Extraordinária.

Em votação o Requerimento do Ver. Ervino Besson, que solicita, após ouvido o Plenário, licença para tratamento de saúde no dia de hoje.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu não sou médico, mas fiquei muito tempo dentro de um hospital, e eu nunca tinha visto ninguém adoecer com hora marcada. E eu acho que o Requerimento do nobre Ver. Ervino Besson não tem sentido.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, a Mesa sempre colocou em votação Requerimentos semelhantes e vai colocar este também em votação.

Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que estiverem de acordo permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, contra os votos dos Vereadores João Dib e do Ver. Mano José.

 

O SR. AIRTO FERRONATO (Questão de Ordem): Como relator do Requerimento do Ver. Ervino Besson, eu quero deixar registrado o seguinte: que evidentemente ele foi ao médico e, a partir da hora em que chegou no médico, a doutora deu o parecer de que ele estava impedido de trabalhar a partir daquele momento.

 

O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, Ver. João Dib, a Mesa primeiro vai apresentar um outro Requerimento que chegou aqui por escrito, firmado pelo Ver. Leão de Medeiros.

O Ver. Leão de Medeiros firmou um Requerimento que apresenta recurso à Presidência da decisão da Mesa Diretora, que indeferiu a oitiva da Auditoria da Casa através do Requerimento do Ver. Omar Ferri. A Mesa considera matéria vencida e respeita o Ver. Leão de Medeiros, que é membro da Mesa. A Mesa defere a decisão ao Plenário deste Requerimento e nesse sentido concede o encaminhamento ao autor do Requerimento, ao Ver. Leão de Medeiros, por cinco minutos.

 

O SR. LEÃO DE MEDEIROS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Nós estamos há muito tempo neste Plenário. Não precisa, Ver. Dilamar, a experiência, o impulso do negro mistério, que eu também respeito, para saber o que está acontecendo nesta Casa. Evidentemente que se digladiam posições opostas em decorrência de um entendimento a respeito da votação do projeto em discussão. Mas ocorre que ninguém é tolo, ninguém ignora que no bojo disso tudo há uma tentativa, de um lado, de votar o projeto e, de outro, de usarem as armas de que dispõem para que o projeto seja, ou melhor, tenha a sua votação o mais retardada possível uma vez que a conjugação de esforços de votos é desproporcional. Ocorre que, neste embate democrático, nós estamos perdendo um pouco, me permitam, não só a paciência, mas também o senso crítico das nossas próprias decisões e posições. Os entendimentos não evoluíram, as posições continuam exatamente iguais a quando aqui chegamos para examinar este projeto. Ocorre que no desenvolver, no vaivém do que está se sucedendo aqui, o senso crítico foi para o espaço e algumas coisas começam a prejudicar a todos nós, independente de posições que tenhamos a respeito dos posicionamentos travados. Todavia, tem uma coisa mais importante do que este projeto, que é a dignidade desta Casa. Não há de ser um projeto que eventualmente, hoje, nos separa que vai evitar que no futuro nós estejamos juntos em outras lutas, mas a imagem que fica do que aqui está sendo travado certamente será registrada e não desaparecerá com o tempo. Já vimos que várias medidas foram propostas para que o Regimento fosse quebrado com o objetivo nítido e flagrante de acelerar a votação final do projeto, cujo resultado todos nós sabemos qual vai ser. Mas neste vai da valsa, o documento sagrado que nos rege a todos nós e que data de longo tempo, sob a alegação de que o Plenário é soberano (significa dizer que na atual conjuntura o Plenário é apenas a reunião das duas bancadas majoritárias), está sendo constantemente ameaçado, rasgado até. É bom lembrar que desde ontem, quando a situação poderia ter sido evitada, este Vereador requereu a retirada do art. 81 com o objetivo evidente de que ele fosse retirado de apreciação. A partir dali foi um suceder de atropelos ao RI sob a alegação de que o império do Plenário é soberano para tudo fazer, e que não é o Plenário, mas apenas a reunião de duas bancadas majoritárias.

E lembro, Vereadores que me distinguem com sua atenção, que foi retirado o direito do autor do projeto e pediram a sua desistência em nome do império do Plenário. É bom lembrar que o Plenário também rasgou a Comissão de Constituição e Justiça na medida em que não pedia e impedia que ela devidamente se pronunciasse. Encerro dizendo que até um pedido de vistas a um Vereador foi sumariamente negado. O prazo de 48 horas para o exame de substitutivos previstos no Regimento Interno... E para lá está a razão, e haveria de ter sido assim colocado: de uma hora para outra quatro ou cinco dispositivos previstos no Regimento Interno, elaborado por aqueles que nos antecederam, por um casuísmo que nos separa hoje mas nos manterá amanhã, está sendo prejudicado. Por isso, apelo ao bom senso de V. Exª, que tem feito uma Administração reconhecida por ambos os lados como equilibrada, justa, e como Presidente de toda a Casa, e não só de um segmento, que dê guarida ao pedido do Ver. Omar Ferri. Nós, da Comissão de Justiça, faremos o possível para que seja acelerado, porque, Sr. Presidente, o que o Ver. Omar Ferri alegou é extremamente importante. Para modificar o Regimento Interno precisa autorização tácita de 1/3 dos Vereadores presentes da Casa, e isso, infelizmente, não ocorreu. É um apelo que faço e fica sob a compreensão de V. Exª. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa deu guarida ao seu Requerimento, tanto que está transferindo ao Plenário a votação que V. Exª está encaminhando neste momento.

Em votação o Requerimento do Ver. Leão de Medeiros, que solicita nova manifestação a respeito da matéria.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Requeiro votação nominal.

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 4 Srs. Vereadores votaram sim, 20 Srs. Vereadores votaram não e 1 Sr. Vereador optou pela ABSTENÇÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: REJEITADO o Requerimento.

 

(Votaram SIM os Vereadores Isaac Ainhorn, Leão de Medeiros, João Dib e Mano José. Votaram NÃO os Vereadores Airto Ferronato, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Gert Schinke, Jaques Machado, João Motta, João Verle, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Letícia Arruda, Luiz Machado, Nereu D'Ávila, Wilton Araújo, Adroaldo Corrêa, João Bosco, Vieira da Cunha e Mario Fraga. ABSTEVE-SE de votar o Vereador Artur Zanella.)

 

O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, a Bancada do PDS desejaria se reunir por 15 minutos. Solicita a V. Exª que suspenda a Sessão, por 15 minutos, para que possamos tomar uma decisão, que me parece extremamente séria.

 

O SR. VIEIRA DA CUNHA (Questão de Ordem): Eu pergunto a V. Exª qual é o ato subseqüente que teríamos que praticar para que possamos avaliar se, realmente, a presença da Bancada ela é obrigatória em Plenário ou não; nossa Bancada, várias vezes, se reuniu sem prejuízo do andamento dos trabalhos do Plenário; se há ainda alguns atos a praticar em termos de discussão, não há por que suspendermos a Sessão pela ausência de uma Bancada.

 

(Tumulto no Plenário.)

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, pela manifestação genérica do Plenário, a Mesa indefere a sua solicitação. Nós não temos nenhum Vereador do PDS inscrito para falar. Os quatro Vereadores já utilizaram o seu tempo. Nós temos ainda a possibilidade de doze Vereadores falarem. São os que ainda não falaram, e temos a inscrição do Ver. Omar Ferri, que cede seu tempo ao Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Eu quero agradecer, profundamente sensibilizado, esta aula de democracia que me foi dada agora, porque para a Bancada do PDT se ausentar do Plenário não foi necessária manifestação de ninguém, ninguém colocou nada em contrário, mas a dignidade da Bancada do PDT está ressalvada. Eles são a maioria, eles são fortes. Mas eu acho que cada Vereador deveria saber que deve acompanhar o que se debate, e o Ver. João Dib entra nesta Câmara no início da Sessão e sai no final. Por isso eu agradeço os honrados Vereadores do PDT e vou fazer com a minha Bancada a reunião que eu quero.

 

O SR. LEÃO DE MEDEIROS (Requerimento): Sr. Presidente, como é absolutamente importante para a Bancada do PDS, eu requeiro as notas taquigráficas, aquela em que deve ter sido concedido tempo para a Bancada do PDT se reunir e aquela agora requerida pelo Ver. João Dib e negada por V. Exª.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Leão de Medeiros, a Diretoria Legislativa fará a localização. Não vou lhe garantir que hoje, porque está difícil. Independente da passagem da Presidência a outro Vereador, será atendido, como está sendo designado nesta momento à Diretoria Legislativa.

Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para verificação de “quorum”.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Após proceder à chamada.) Há “quorum”, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: A seguir, constatada a existência de “quorum”, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

 DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. Nº 2052/91 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 033/91, de autoria do Ver. Leão de Medeiros, que altera o art. 9º da Lei Complementar nº 7, de 07 de dezembro de 1973 e dá outras providências. (IPTU). Com Substitutivos nºs 01 a 04, com Emendas de nºs 01 a 04 ao Substitutivo nº 01.

 

Pareceres:

- da CJR. Relator Ver. Vicente Dutra: pela aprovação do Substitutivo nº 01;

- da CFO. Relator Ver. Dilamar Machado: pela rejeição do Projeto e do Substitutivo nº 01.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCL nº 033/91. Com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, volto a esta tribuna para examinar, na discussão geral, este Projeto cuja tramitação foi tão cheia de incidentes, foi caracterizada por incidentes processuais que marcaram a tramitação do processo desde o momento do Requerimento da autoconvocação extraordinária. Infelizmente, assistimos em relação a este Projeto não apenas arranhões ao Regimento Interno, mas encontramos, isso sim, graves e sérios incidentes no processo legislativo, que levarão, inquestionavelmente...

 

O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): É que eu vi o desaparecimento de todo o pessoal. A desinsetização não começou ainda?

 

O SR. PRESIDENTE: Não, Vereador. Ela está marcada para as 8 h da manhã de segunda-feira.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Muito obrigado.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Dizia eu que não houve apenas arranhões ao Regimento Interno desta Casa. Infelizmente, nós assistimos aqui, em vários momentos, situações em que não só se desrespeitou o Regimento Interno, mas também se rasgou esse Regimento Interno. Folheando este Projeto, a primeira anormalidade se deu quando a Emenda substitutiva, firmada pelo Ver. Décio Schauren, foi recebida como uma Emenda ao Projeto, não como Substitutivo. E vejam V. Exªs. que o Substitutivo, que a Emenda do Ver. Décio Schauren era de conteúdo sobre a mesma matéria do Projeto, mas colidente nos seus objetivos. De um lado, o Projeto do Ver. Leão de Medeiros, que pretendia o quê? Pretendia que toda vez que a Planta de Valores, de um ano para outro, tiver índices de reavaliação superiores à inflação deve haver lei específica. Aliás, esta idéia constante do Projeto do Ver. Leão de Medeiros nada mais é do que inspirada...

 

O SR. PRESIDENTE: Questão de Ordem com o Ver. Omar Ferri.

 

O SR. OMAR FERRI: Solicito verificação de “quorum”.

 

O SR. PRESIDENTE: Há 26 Vereadores em Plenário. Há “quorum”. Continua com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Dizia, Sr. Presidente, que uma série de irregularidades foram praticadas no bojo deste Projeto e começaram exatamente quando se recebeu a Emenda do Ver. Décio Schauren, que colide exatamente com o Projeto do Ver. Leão de Medeiros, porque um quer limitar a inflação, e outro quer convalidar o ato de uma Planta de Valores que foi expedida por decreto e que estabeleceu níveis de reajuste do IPTU, para 1992, acima da inflação, e foi recebida como Emenda. Tanto isso é verdade que, posteriormente, quando viu que os Substitutivos fluíam fácil e que mais uma vez se arranhava e se rasgava o Regimento e se abria mão das 48 horas, transformou em Substitutivo a Emenda e ela está tramitando, já tendo corrido inclusive uma Pauta. Mas talvez o mais grave e o mais sério desrespeito ao Regimento Interno foi praticado quando ontem à noite o Ver. Leão de Medeiros requereu, como autor do Projeto, a retirada do art. 81, com base no parágrafo 1º do art. 81 da Lei Orgânica de Porto Alegre. A Mesa deferiu de plano o pedido do Ver. Leão de Medeiros. No entanto, a partir dali, começou a ser urdida toda uma série de manobras que chegaram ao ponto de remeter a matéria à Comissão de Justiça, suspendendo-se os trabalhos. A Comissão de Justiça é uma das Comissões Permanentes desta Casa, uma instituição que ao longo dos anos sempre foi respeitada e acatada no mínimo em relação às tramitações e ao respeito às suas decisões. Poderia até o Plenário da Casa reconsiderar posições assumidas pela Comissão de Justiça da Casa, mas em momento algum a Comissão de Justiça deixava de desenvolver os seus trabalhos, sobretudo quando iniciava a tramitação e o desenvolvimento dos trabalhos. Ontem à noite o Ver. Vicente Dutra me designava Relator da matéria. Hoje, pela manhã, por volta das 11h30mim, eu apresentava, no âmbito da Comissão de Justiça, o Parecer, o Relatório sobre a Questão de Ordem suscitada e dizia, de forma cristalina, de forma meridiana, que só o autor tem o direito de retirar o projeto da Ordem do Dia, e ele foi retirado. Não poderia voltar. Poderia até um outro Vereador requerer a inclusão do art. 81, mas aí novamente o autor requereria que a matéria fosse retirada. É bom que se diga que a urgência requerida pelo autor terá a destinação que ele, autor, lhe queira dar, sobretudo quando usa um instrumento de autodefesa como o art. 81, que é o direito de ver colocado na Ordem do Dia o projeto quando a tramitação se estende por mais de 30 dias. Feito o relatório, entendo correta a posição assumida pela Mesa Diretora dos trabalhos. Apresentou seu relatório e, após, o Ver. Leão de Medeiros, como parte interessada diretamente na matéria, requereu, como usualmente se faz nesta Casa, tendo recentemente o Ver. João Motta usado desse expediente, requereu o pedido de vista, o que lhe foi deferido pelo Presidente da Casa. Feito isso, retomada à tarde a matéria, através de requerimentos se modificou o Regimento Interno da Casa e se retirou a autoridade, a legitimidade e a responsabilidade que tem a Comissão de Justiça da Casa. Retirou-se da Comissão de Justiça, se desrespeitou a designação de um relator, se desrespeitou o relatório e se ignorou que o projeto estava com pedido de vista. Isso é um sodalício, isso é uma congregação, é um conselho da Cidade. Imaginem se isso acontecesse no TJRGS, se se mudassem as regras quando um desembargador requeresse vista de um processo! Seria o fim, seria a crise moral do Poder Judiciário. Mas o que está em questão, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é a crise moral deste Legislativo, com desrespeito por parte do conjunto da Casa a uma instituição, que é a Comissão de Justiça, rasgando-se o Regimento Interno.

Infelizmente, concluo, Sr. Presidente, dizendo: só restará, nessa medida, a reparação por parte do Poder Judiciário a esse ato de desrespeito e de ignorância ao Regimento Interno que se rasgou, aqui, com esta decisão, o Regimento Interno da Câmara Municipal de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, nós encerramos o período de discussão.

A Mesa apregoa Requerimento do Ver. João Dib. (Lê.): “Requeiro a V. Exª a audiência da Comissão de Justiça em relação à Questão de Ordem do Ver. Isaac Ainhorn, que declara que o Projeto de Lei de autoria do Ver. Leão de Medeiros, Proc. nº 2052, é matéria rejeitada, nesta Sessão Legislativa, no Projeto nº 006/91, Proc. nº 0486/91. Sala das Sessões, 27 de dezembro de 1991”.

A Mesa defere o Requerimento do Ver. João Dib sem caráter suspensivo para a decisão da Comissão de Justiça.

 

O SR. JOÃO DIB: Presidente, eu desejo encaminhar.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, é o Presidente que defere. Não há encaminhamento. A Mesa recebe o seu Requerimento e encaminha diretamente à Comissão de Justiça sem caráter suspensivo. Não há votação de Plenário, não há encaminhamento, Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu acho que a Bancada do PDS está sendo discriminada no dia de hoje. Evidentemente, quando pedi tempo para fazer uma análise, não fique V. Exª impaciente, porque eu tenho razões maiores para estar impaciente. Foi discriminada a Bancada do PDS quando disse que precisa de tempo e foi concedida a outra Bancada e não a minha. Mas, agora, nesse momento, V. Exª diz que encaminha à Comissão de Justiça, sem efeito suspensivo, mas acho que tem razões de sobra para dizer que na Comissão de Justiça, se houver seriedade, dirão que a matéria foi rejeitada nesse ano. Então, não tem por que continuarmos debatendo, discutindo e nem votando. Portanto, eu queria encaminhar agora. Se não der, V. Exª é o dono da Casa. Tenho razões de sobra para dizer que esse processo mostra que a matéria foi rejeitada.

 

O SR. VIEIRA DA CUNHA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, só para um esclarecimento, mas, se eu entendi o Requerimento do Ver. João Dib, ele se refere àquela Questão de Ordem do Ver. Isaac Ainhorn, que foi respondida pela Mesa, na medida em que informou ao Vereador–autor da Questão de Ordem que a matéria que teria similitude com o Projeto que nós estamos discutindo e cuja discussão recém foi encerrada era objeto de uma emenda, que foi prejudicada em razão da rejeição do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: Suspendemos os trabalhos para definir a questão do Requerimento, apenas para ratificar a posição com base regimental.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 22h28min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 22h30min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

Ver. João Dib, esta Presidência mantém a sua decisão com base no art. 154. A Mesa defere o Requerimento de V. Exª à Comissão, sem o efeito suspensivo.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, V. Exª, a Auditoria da Casa e quem mais queira sabem o que está escrito neste Processo aqui, que é o que eu digo e afirmo, que é que a matéria foi rejeitada?

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, se a decisão da Mesa estiver errada, V. Exª sabe muito bem que a Comissão de Justiça anulará e o Processo todo estará anulado. A Mesa, portanto, mantém esta decisão, Vereador.

 

O SR. JOÃO DIB: É importante que a Câmara não tenha que voltar atrás, como voltou atrás num caso em que a Justiça, aqui, determinou que recolhesse um título que deu e mandou a Prefeitura indenizar o ...

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, pior foi quando a Comissão de Justiça definiu que o Prefeito não podia retirar um projeto e ele podia.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente, eu retorno com uma nova Questão de Ordem: que o Substitutivo de minha autoria que tratou do IPTU, nesta Casa, que foi rejeitado, onde consta matéria semelhante à que está sendo tratada... Eu requeiro a V. Exª que suspenda a Sessão por cinco minutos que se possa localizar esse Processo do IPTU e examine se tem ou não matéria rejeitada.

 

O SR. VIEIRA DA CUNHA (Questão de Ordem): Solicito a V. Exª que indefira a Questão de Ordem do Ver. Isaac Ainhorn pela sua imprecisão e falta de clareza.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Isaac Ainhorn, a Mesa defere ao Plenário a decisão sobre o seu Requerimento.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, essa matéria não é suscetível de apreciação pelo Plenário. Eu estou colocando uma questão que viola um princípio da Lei Orgânica. Se o recente Projeto que tratou do IPTU nesta Casa, onde este Vereador tinha um Substitutivo que tratava da matéria que estava contemplada na matéria que hoje está sendo examinada, este Projeto está tendo totalmente prejudicado o seu exame por parte desta Casa. Requeiro que a Sessão seja suspensa por cinco minutos a fim de que se examine se realmente esta matéria foi rejeitada ou não. Está suficientemente claro, e não cabe, se não eu vou dizer que V. Exª há vários momentos está sendo parcial com este Vereador, faccioso, e não deferindo nenhum pedido que este Vereador formula.

 

O SR. PRESIDENTE: Como no dia 2, retornamos a este Plenário, Ver. Isaac Ainhorn, a Mesa, olhando bem de frente, responde que não ouviu o final de sua Questão de Ordem. E responde que V. Exª é membro da Comissão de Justiça e Redação, que examinou essa matéria e não apontou esse problema. A Mesa defere ao Plenário a decisão do Requerimento.

 

A SRA. LETÍCIA ARRUDA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, são 22h35min, funcionários da Casa trabalhando desde às 8h10min da manhã, como os Srs. Vereadores, aqui presentes. Eu requeiro, Sr. Presidente, o cumprimento do Regimento Interno nos seus artigos 185, 186 e 187. Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereadora Letícia Arruda, a Mesa informa V. Exª que está fazendo o possível para chegar ao término da Sessão.

 

O SR. VICENTE DUTRA (Questão de Ordem): V. Exª alega que a Comissão de Justiça examinou matéria levantada pelo Ver. Isaac Ainhorn. Não se manifestou a respeito. Ocorre que a Comissão de Justiça não foi provocada no tocante a esta questão, se havia ou não matéria vencida, se ela não foi invocada sobre este assunto. É evidente que não pode adivinhar se existia ou não matéria, havendo tantas matérias tramitando na Casa. Portanto, V. Exª não pode acusar a Comissão de ter sido omissa neste caso.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Vicente Dutra, a Mesa, em nenhum momento, pretendeu acusar a Comissão de Justiça e Redação de omissa. Jamais faria isso, e V. Exª sabe. Se há essa interpretação, a Mesa deixa explícito que não foi essa a intenção da expressão da Presidência, Vereador, até em respeito a V. Exª.

 

O SR. OMAR FERRI (Questão de Ordem): Sr. Presidente, quando este Vereador estava entrando no Plenário, V. Exª estava colocando em votação alguma matéria. Eu apenas levanto esta Questão de Ordem para que V. Exª me informe para que eu possa votar tranqüilamente.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa coloca em votação o Requerido pelo Ver. Isaac Ainhorn, ou melhor, está sendo votada nominalmente, solicitado pelo Plenário: é o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn sobre a audiência da Comissão de Justiça a respeito de matéria levantada pelo Ver. João Dib e pelo próprio Ver. Isaac Ainhorn. Nós deferimos ao Plenário esta decisão.

 

O SR. OMAR FERRI: Diz respeito, Presidente?

 

O SR. PRESIDENTE: Diz respeito à alegação do Ver. Isaac Ainhorn de que projeto semelhante já teria sido votado nesta legislatura. A Mesa indeferiu o Requerimento do Ver. João Dib. A Mesa deferiu sem caráter suspensivo à Comissão de Justiça. O Ver. Isaac levantou a outra questão e nós vamos decidir no Plenário, agora, esta votação. Vereador Isaac Ainhorn, nós vamos votar esta questão e eu passarei a Questão de Ordem seguinte a V. Exª.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, apenas para colocar duas questões: este Vereador suscitou uma matéria que levanta a questão de nulidade...

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, qual é a Questão de Ordem?

 

O SR. ISAAC AINHORN: É esta que eu estou formulando.

 

O SR. PRESIDENTE: Esta o V. Exª já formulou. Não precisa repetir. A Mesa já respondeu ao Ver. Omar Ferri.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, apenas para colocar duas questões. Eu estou esclarecendo ao Presidente desta Casa, da Câmara de Vereadores, que, se estiver ocorrendo isso, nós estaremos frente a um vício insanável do presente processo, razão pela qual eu peço que V. Exª reavalie sua posição. Segundo lugar, Vereador: eu peço que V. Exª me assegure a palavra...

 

(Tumulto no Plenário.)

 

O SR. PRESIDENTE: Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 22h45min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 22h53min): Srs. Vereadores, ao retomarmos a Sessão, este Presidente faz um apelo a todos os Vereadores, em nome de um convívio num mandato de quatro anos, aos 33 Vereadores da Casa, a buscarmos antes de tudo o respeito parlamentar de uns com os outros, e apela aos Srs. Vereadores que, apesar das tensões, apesar da disputa, nós possamos chegar a bom termo a Sessão.

A Mesa, ao retomar a Sessão, coloca em votação nominal, a requerimento do Ver. João Dib, o Requerimento, do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando exatamente de que haja audiência da Comissão de Justiça e Redação em relação à Questão de Ordem, ouvida e levantada por ele, sobre o processo de sua autoria.

Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 06 Srs. Vereadores votaram SIM, 20 Srs. Vereadores votaram NÃO e 03 Srs. Vereadores optaram pela ABSTENÇÃO.

 

 

O SR. PRESIDENTE: REJEITADO o Requerimento.

 

(Votaram SIM os Vereadores Isaac Ainhorn, João Dib, Leão de Medeiros, Mano José, Vicente Dutra e Omar Ferri. Votaram NÃO os Vereadores Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Jaques Machado, João Motta, João Verle, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Letícia Arruda, Luiz Machado, Nereu D'Ávila, Wilton Araújo, Mario Fraga, Adroaldo Corrêa, João Bosco, Gert Schinke e Vieira da Cunha. ABSTIVERAM-SE de votar os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella e Luiz Braz.)

 

O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, a Mesa vai colocar em votação, reconsiderando decisão inicial, embora deixe bem claro o registro, mas a Auditoria entende que pode ser feito. A Mesa já havia encerrado e mantém encerradas as discussões, no entanto, recebe o Requerimento do Ver. Leão de Medeiros, que solicita a retirada, nos termos do art. 146 do Regimento Interno, do Projeto em questão, ou seja, Processo nº 2052/91. O art. 146 diz: (Lê.)

A interpretação com a Auditoria é de que o processo, por não ter recebido o conjunto de pareceres previstos nas Comissões, cabe, evidentemente, de início, pelo inciso I, ao Presidente decidir. Este Presidente, no entanto, tem seguido, permanentemente, a decisão de ter o referendo do Plenário. Portanto, este Presidente repassa ao Plenário a decisão do requerido pelo Ver. Leão de Medeiros.

 

O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a Questão de Ordem é no sentido de colher uma informação junto à Presidência da Casa em virtude dos telefonemas anônimos dando conhecimento de que uma bomba seria colocada na Casa. A coisa é séria. Há um pelotão da Brigada Militar na Casa e gostaria de saber quais as providências que já foram tomadas.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, durante todo o dia a Casa recebeu telefonemas de uma firma de cobrança, de contas atrasadas. Tomou as providências enviando a Segurança até o local, registrou queixa na Polícia e, nas últimas horas, começou a receber novo tipo de telefonema anônimo. A Segurança da Casa tomou as providências cabíveis e, orientada, a Mesa mantém a Sessão já que o batalhão da Brigada está aí e já fez a vistoria que se fazia necessária.

 

O SR. EDI MORELLI: A pergunta que fiz suscitou risos, mas, como tenho acompanhado o desenrolar dos fatos durante toda a tarde e agora tendo um pelotão da Brigada na Casa, quis obter as informações necessárias.

 

O SR. PRESIDENTE: A Segurança da Casa tomou as providências que lhe competiam, com o conhecimento desta Presidência.

Srs. Vereadores, em votação o Requerimento do Ver. Leão de Medeiros.

Para encaminhar, a palavra com o Ver. Leão de Medeiros.

 

O SR. LEÃO DE MEDEIROS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, desde ontem este Vereador luta para que seu Projeto original não seja maculado por uma emenda perversa, cruel, que inquina, que leva na cacunda aquilo que o Projeto não quis dizer. O Projeto visava proteger 140 mil contribuintes desta Cidade e a Emenda aposta visa exatamente ao contrário: penalizar e amarrar com mordaças a boca daqueles que não terão mais direito de se socorrer do Poder Judiciário para mostrar a sua inconformidade.

Lutei ontem pela retirada do art. 81 para que o Projeto voltasse às Comissões e tivesse tramitação normal, lembrando que este Projeto só veio para a Ordem do Dia, nesta Sessão Extraordinária, liderada pela Bancada, que hoje trai o Projeto que o incluiu naquela Sessão Extraordinária, induzindo o autor do Projeto de que o objetivo era a sua rejeição, e era, mas estava em curso um ajuntamento, convergência de idéias visando a outros objetivos. Ao Projeto pouco se dá aqueles que vão aprová-lo ou rejeitá-lo. O que está em jogo são os compromissos advindos da rejeição ou da aprovação deste Projeto, compromissos que visam à administração da Casa. Fui induzido a erro, reconheço, ao firmar aquelas dezessete assinaturas em que este Projeto veio à Ordem do Dia. Lutei já que fui estigmatizado com uma cicatriz que jamais será tirada. Este Projeto traz exatamente o oposto daquilo que era o seu propósito. Lutei ontem, manobras de Plenário fizeram com que ele retornasse para a Ordem do Dia e hoje foi um suceder de atropelos ao Regimento Interno, um desrespeito aos Vereadores que o fizeram no passado para atropelar, para aprovar, para que interesses casuístas sejam preservados em detrimento do interesse maior da população. Apresento agora o pedido supremo que é a retirada, o sepultamento definitivo deste Projeto, e apelo com isso à consciência dos Srs. Vereadores por aquilo que irão cometer quando este Projeto entrar em votação. Pensem bem se vale a pena trocar cargos, pequenos cargos desta Casa pelo prejuízo indelével e permanente para uma comunidade sofrida, que não tem como pagar o IPTU já que o nível de inadimplência já chega a 20% ao ano. E a bancada petista, que marcou fundo e a ferro com crueldade este Projeto, que reflita sobre as conseqüências dos seus atos. No fundo o que com ele se pretende evitar é a mão larga da Justiça, é evitar que o contribuinte porto-alegrense se socorra daquele único poder independente que ainda nos resta, que é o Poder Judiciário. Eu vi hoje que quem tem razão não grita, mas quem também tem razão não teme o Poder Judiciário. E isso está plasmado hoje com a Emenda a ser votada, ou o Substitutivo a ser votado, que, temendo as conseqüências, a verdade absoluta que há de surgir no Poder Judiciário, negam ao porto-alegrense esse direito. Quem dera que o povo não tenha memória curta e não esqueça o que hoje aqui está se cometendo. Por isso apelo, que não é um caso político, Ver. Dilamar Machado, que está aqui hoje em luta, está aqui em luta coisa muito importante: o bolso do contribuinte de Porto Alegre, aquele que está sendo permanentemente penalizado.

Apelo aos Srs. Vereadores que dêem segmentos ao pedido deste Vereador, que o Projeto tenha o descanso que ele merece, o arquivamento, sem ser ele o objeto de instrumento para casuísmos políticos. Dêem a ele oportunidade porque assim também foi o entendimento do Presidente, de que não havia pareceres das Comissões e, portanto, o direito de sepultar o Projeto, atendendo o pedido deste Vereador, que é exclusivamente do Sr. Presidente. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Pela ordem, a palavra, com o Ver. Airto Ferronato pelo PMDB.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu acompanhei durante todo o dia com a serenidade que me é peculiar, buscando analisar e votar com isenção todo o encaminhamento deste Projeto ora em discussão e vi que, dos encaminhamentos, nós temos, evidentemente, uma posição que entende que o Projeto deva ser votado hoje e temos uma outra posição que faz o possível e impossível para que isso não ocorra. Dentro deste encaminhamento que é democrático e que levou a discussão até este momento, eu, inclusive, vi negada a possibilidade de que o autor do Projeto pudesse ter vista ao Parecer que a Comissão de Justiça de expôs através do requerimento apresentado por Vereadores da Casa e aprovado pelo Plenário aquela remessa à Comissão. E quero dizer que fui um dos Vereadores, para acelerar o processo: votei contra ao pedido de vista do Vereador Leão de Medeiros. Agora nos deparamos com outro problema. O Ver. Leão de Medeiros, que é autor do Projeto, pede o arquivamento do Projeto e eu me inclino a votar pelo arquivamento. E digo por quê. Porque, na verdade, eu vejo assim: se eu, como Vereador, apresentar um projeto, entendo que tenho direito sagrado de apresentar alguma coisa e entender que esta coisa, na minha visão, prejudica alguém. Eu tenho que ter o respaldo desta Casa para retirar da tramitação. Por isso, acredito que nós, para evitar no futuro que coisas semelhantes venham a acontecer, ou seja, que Vereadores apresentem uma proposta e, a partir dum determinado momento, ela não possa mais ser retirada, porque já há precedente, eu entendo como alguma coisa extremamente grave para nós, 33 Vereadores, e mais: extremamente perigosa para a cidade de Porto Alegre. Estou justificando por que votarei favorável ao arquivamento do Projeto neste momento, ou seja, para assegurar ao autor de uma proposta o direito que é sagrado de dar continuação à aceleração ou ao retardo do projeto na medida que ele, como autor, entender necessário para que o seu projeto, que tem uma visão – e não entro no mérito de nenhuma das visões –, mas que se possa ter a possibilidade de, no momento em que se entender oportuno, retirar esse projeto com o respaldo de toda a Casa.

Entendo que devemos votar pelo arquivamento do Projeto. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encaminha, pelo PDS, Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, está chegando ao fim uma noite tumultuada, onde os ânimos se acirraram, onde as idéias levaram alguns Vereadores a medidas extremas. O Ver. Airto Ferronato acaba de colocar na tribuna uma posição extremamente sensata. E não estou dizendo isso agora se eu não tivesse dito antes. O art. 81 da Lei Orgânica diz que, decorrido o prazo de 30 dias do recebimento de quaisquer proposições em tramitação na Câmara Municipal, seu Presidente, a requerimento de Vereador, mandará incluí-las na Ordem do Dia para serem discutidas e votadas, independentemente de Parecer, e esse art. 81 da Lei Orgânica foi excessivamente usado, especialmente no mês de dezembro, quando em outras noites como esta, estivemos neste Plenário, tentando buscar solução para Projeto de Lei, para problemas da Cidade, debatendo com ardor, com entusiasmo, mas sempre havendo o respeito. E o parágrafo único do art. 81 diz que a proposição somente poderá ser retirada da Ordem do Dia se o autor desistir do requerimento. Não há caso na história da Câmara Municipal em que tenha sido pedido o art. 81 por Vereador que não seja o autor do Projeto, com exceção, evidentemente, do Executivo Municipal, que através da sua Liderança solicita a inclusão, como aconteceu com o Plano de Auxílio de Subvenções, que foi pedida a inclusão na Ordem do Dia pelo art. 81, já que estava na Casa há bastante tempo e não havia, ainda, uma solução. Sempre é o interessado, é o autor do projeto que faz o pedido de inclusão na Ordem do Dia pelo art. 81. Eu mesmo, quando se tratava da votação do meu Projeto de Lei que pretendia encerrar a Lei Complementar nº 202, que estabelece o IPTU, havia pedido o art. 81, e a pedido de Vereadores retirei para que pudesse ser estudado com mais profundidade, e foi estudando, foi rejeitado, direito de maioria de fazer a rejeição ou aprovação. E o que está acontecendo agora? O Vereador autor de um projeto pediu a retirada do art. 81; Vereador de outra Bancada vai e pede a recolocação da matéria na Ordem do Dia pelo art. 81. Isso não é a melhor política. Isso é agredir os direitos de um outro Vereador, que estudou um projeto, pretendeu uma determinada solução e viu a sua bancada agredida pelo Vice-Prefeito desta Cidade, o Dr. Tarso Fernando, e viu a bancada a qual pertence ser, reiteradamente, agredida pelo Dr. Tarso Fernando Genro, e agora outro partido tenta desvirtuar a sua idéia, colocar uma situação completamente diferente para que a Casa, por essa ou por aquela razão, venha a aprovar projeto que não era a sua intenção, para que, depois, o Dr. Tarso Fernando Genro venha a dizer, que a Câmara aprovou. Então, encerro dizendo que faço um apelo à sensatez, ao bom senso para que seja atendido o pedido do Ver. Leão de Medeiros, que pediu a retirada do art. 81, conseqüentemente, da forma da lei. No entendimento deste Vereador, estava pedindo a retirada do Projeto da Ordem do Dia. Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Artur Zanella.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não vou falar sobre o Regimento Interno, não vou falar sobre acordos, não vou falar sobre nada disso. Vou continuar naquilo que disse no dia de hoje. Creio que a discussão deste Projeto está trazendo a esta Casa um mal irreparável. Nunca, nos meus nove anos nesta Casa, tinha verificado um tal grau de desagregação nesse particular, e eu me preocupo, e sempre me preocupei com a instituição - não me preocupo muito com as pessoas -, e essa instituição não sairá bem no dia de hoje, qualquer que seja o resultado da votação, porque esse assunto, pelo que vi, vai para discussão nos tribunais. É uma posição já demonstrada aqui por diversos Vereadores, entre os quais não me incluo, diga-se de passagem, de impugnar esta Sessão nos tribunais. Se aprovado o Projeto, haverá sempre aquela suspeita de que o mesmo foi feito para causar problemas ao Governo do Sr. Olívio Dutra. Aprovada a Emenda do Ver. Décio Schauren, haverá sempre a acusação de que a aprovação daquela emenda era para evitar uma decisão judicial. Isso não faz bem para a Casa. Eu não quero dar conselho para ninguém, não quero me erigir em conselheiro, mas eu creio, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que, se essa questão deva ser discutida, deva ser dirimida, deve ser por aqueles que se sentirem prejudicados pelo IPTU. Que entrem na Justiça. A Justiça foi feita única e exclusivamente para dirimir problemas. Então, eu não vejo, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, por que nesse momento nós ainda vamos dar essas condições para que ações judiciais ocorram não sobre o IPTU, mas sobre a ação desta Casa. Eu já coloquei esta questão. Não vou repetir novamente, não quero bancar o conselheiro. Não sou melhor nem pior do que ninguém, mas creio que a votação deste Projeto ela trará um bem para esta Casa. Creio que a sua aprovação ou não aprovação em nada contribuirá para que esta Casa tenha sua autoridade de coogerir as questões administrativas e principalmente político-administrativas da nossa Capital. Eu não me filio àqueles que se sentem hoje frustrados. Eu já passei por coisa muito pior, mas, quando passei por coisa pior, foi no Poder Executivo. Eu tinha sido colocado naqueles cargos do Poder Executivo por decisão de um Prefeito, por decisão de um Governador, e não pelo voto da população. E eu creio que a população hoje, se ela pudesse opinar diretamente, ela diria que os eventuais prejudicados entrem na Justiça. Não vejo, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nenhum clima para que o Projeto do Ver. Leão de Medeiros proteja alguém de qualquer coisa, como não vejo clima, já que esta é a Emenda que está causando mais problemas, também para a Emenda do Ver. Décio, ao considerar aprovada uma Planta de Valores que eu pessoalmente nunca vi. Não a examinei porque não era da minha atribuição, e essa atribuição está sendo passada no dia de hoje, na noite de hoje, e eu não posso, como representante daqueles que votaram em mim, dizer que eu aprovei esta Planta de Valores, porque eu não aprovei. E eu já acho, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, também, que esta Casa não deve se arvorar em defensora de pessoas que tiveram o IPTU acima da inflação. Se quiserem, busquem seus direitos, se é que os têm, na Justiça.

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, encerrando, eu creio que uma das formas de nós conseguirmos até a nossa consistência interna como Casa do Povo, como representantes populares, é enterrarmos o pivô de toda essa malfadada Sessão que se arrasta pelo dia de hoje, empurrando este Projeto para o Arquivo, as Emendas para o Arquivo, e começando o ano que vem no início do ano um trabalho mais consistente sobre o Importo Territorial Urbano de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, não há mais Vereadores inscritos para encaminhar o Requerimento do Ver. Leão de Medeiros.

A Mesa, portanto, coloca em votação nominal, por solicitação deste Vereador que vos fala, o referido Requerimento.

Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 09 Srs. Vereadores votaram SIM, 20 Srs. Vereadores votaram NÃO e 01 Sr. Vereador optou pela ABSTENÇÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: REJEITADO o Requerimento.

 

(Votaram SIM os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, João Dib, Leão de Medeiros, Mano José, Omar Ferri, Vicente Dutra, Isaac Ainhorn e Edi Morelli. Votaram NÃO os Vereadores Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Gert Schinke, Giovani Gregol, Jaques Machado, João Motta, João Verle, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Letícia Arruda, Luiz Machado, Nereu D'Ávila, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, Mario Fraga, João Bosco e Adroaldo Corrêa. ABSTEVE-SE de votar o Vereador Luiz Braz.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa apregoa e defere Requerimento do Ver. Leão de Medeiros, solicitando destaque para a votação do art. 3º do Substitutivo nº 04 aposto ao PLCL nº 033/91.

A Mesa pede que a Diretoria Legislativa providencie na catalogação e organização da votação.

Srs. Vereadores, a Mesa recebe Requerimento solicitando adiamento da votação do Processo nº 2025/91 por duas Sessões. O Requerimento está firmado pelo Ver. João Dib. A Mesa apenas orienta os Srs. Vereadores de que estamos em votação e, portanto, está o Requerimento de adiamento da votação apregoado.

Em votação. Para encaminhar, a palavra com o Ver. Vicente Dutra.

 

O SR. VICENTE DUTRA: Sr. Presidente, acho que o processo que está sendo apreciado nesta Casa, nesta noite, talvez tenha sido um dos processos que foi mais exaustivamente examinados. É uma matéria muito polêmica, uma matéria que tem o interesse direto da Administração Popular, porque vai lhe proporcionar grandes recursos para fazer algumas obras na dita periferia, à custa daquilo que chamam de burguesia, e burguesia para a Administração Popular é o funcionário, é o professor, é o pequeno e o médio comerciante que consegue ter uma casa mais ou menos em condições graças ao seu capricho, fruto, talvez, do sacrifício da família e dos filhos. Isso, no entendimento da Administração Popular, chama-se burguesia, uma palavra já meio fora de moda, mas que, volta e meia, ainda com muita surpresa, se escuta, dita com muita coragem e com o peito para a frente dos ditos senhores representantes da Administração Popular nesta Casa. Então, essa burguesia tem que ser penalizada, tem que ser exaurida ao máximo para propiciar algumas obras clientelistas da Administração Popular, porque tem que continuar esta Administração - está tão bom -, e com isso propiciar a eleição do Sr. Tarso Genro. Mas não vão levar, porque ainda que consigam aprovação nesta noite, consigam configurar esse verdadeiro atentado que se fez em troca de cargos para que apóiem um projeto que é altamente danoso para a população,...

 

O Sr. Dilamar Machado: Quem está falando!

 

O SR. VICENTE DUTRA: Posso falar, Vereador, porque fiz o acordo em troca de cargos. Não preenchi todos os cargos que me couberam, e V. Exª sabe que nem perguntei se votavam em mim ou não. Pode perguntar...

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Vicente Dutra, a Mesa insiste com V. Exª para que se refira à matéria de encaminhamento e nada mais além disso!

 

O SR. VICENTE DUTRA: Ver. Presidente, o PDS, por solicitação minha, indicou a jornalista Rita Daudt, exemplar jornalista desta Casa...

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Vicente Dutra, a Mesa, novamente, adverte V. Exª de que a matéria é o Processo nº 2052/91. A Mesa interromperá o tempo pela última vez de V. Exª. Caso contrário, mandará eliminar o apanhado e deixará contando o tempo.

 

O SR. VICENTE DUTRA: A censura. Me permita, Sr. Presidente! Eu não me conformo com a censura feita por V. Exª no meu pronunciamento. Estou tocando na matéria que diz respeito. Estou citando um fato nesta Casa. Cito que a jornalista Rita Daudt foi indicada. Não perguntei se era do meu partido. Acho que nem vota em mim e de que o Dr. Galimbert, que é utilizado por toda a Casa, um dos maiores juristas que teve esta Casa, também não perguntei. Por isso não tenho preocupação, Ver. Dilamar Machado, com cargos, cargos para mim. Poucos se me dão. Não tenho preocupações. E um cargo, inclusive, que era pra ser preenchido, eu não fiz, e o terceiro cargo está lá, servindo ao Presidente, que é o de Relações Públicas, que também não perguntei se vota em mim. Sou superior a essas coisinhas pequenas da política que, lamentavelmente, ainda encantam a muitos da nossa sofrida classe, que a população, às vezes, tem razão em taxar disso ou daquilo, de epítetos que nós temos sofrido na cara em várias ocasiões. Por quê? Pelo nosso comportamento. Por outro lado, fazem o acordo porque querem o recurso, querem porque querem aprovar o Projeto, não querem que a Planta de Valores seja submetida a esta Casa, que os aumentos acima da inflação sejam submetidos à Casa. Essa é a verdade. Isso aqui nós vamos repetir, é bom que fique registrado, durante todo este ano, que é um ano eleitoral. Eu gostaria de ver V. Exª, Ver. Dilamar Machado, no dia 4 de outubro deste ano, porque mesmo as bases do PDT, que não concordam com esse acordo, esse acordo espúrio que V. Exªs estão fazendo, vão protestar, a não ser aqueles, evidentemente, os apadrinhados, que vão receber os cargos. Esses vão ficar muito satisfeitos e vão apoiar profundamente, mas bem sabe V. Exª que as bases do PDT não aprovam isso aí, esse tipo de negocista.

Portanto, o pedido de adiamento é procedente para que esta Casa possa refletir, Sr. Presidente. Ela está trabalhando, está elaborando em cima de um clima de muita emoção, e isso não é bom para a decisão. Que nós possamos adiar por duas Sessões a votação e, com isso, possamos voltar a este Plenário tranqüilos, com a cabeça fria, e decidirmos uma matéria tão importante. É a minha conclamação, pedindo aos senhores que votem no Requerimento que apresentei pedindo a suspensão por duas sessões. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa requisita o apanhado taquigráfico do pronunciamento do Ver. Vicente Dutra para revisão regimental que lhe cabe.

Com a palavra o Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a convicção de um homem faz com que ele volte à tribuna reiteradas vezes para tentar buscar uma solução. A proposição feita pelo Ver. Vicente Dutra, por certo contraria a maioria dos Vereadores aqui presentes. Mas por que eu acredito que deva ser adiada? Porque eu até acreditava que não devesse ser votado. É com a maior tranqüilidade que eu venho aqui, ainda mais uma vez, apelar para que possamos votar na segunda-feira. Nós nos reunimos esta semana segunda e terça-feira, nós assistimos o pedido de vista e que foi concedido e que hoje não foi concedido. Assistimos votar e renovar votação. Então, não tem por que, acreditando, como eu acredito, que esta matéria não deva ser votada no interesse da comunidade porto-alegrense. Eu tenho a tranqüilidade de voltar a esta tribuna e apelar: adie-se a matéria, não votem a matéria, porque é uma oportunidade que tem a Casa de não cometer mais um erro, é uma oportunidade que temos de bem pensar num fim de semana e, talvez, concluir que não deva ser votado, mesmo que a Câmara não deva dar esta carta de autorização ao Governo Municipal, para agredir, em nome da Casa do Povo, o próprio povo.

Eu acho que é um dispositivo regimental que o Ver. Vicente Dutra está usando. Não sei se encontrará eco e acredito até que não. Mas volto a dizer: a minha convicção faz com que eu esteja nesta tribuna - tribuna que hoje ocupei; perdi a conta das vezes -, mas, acreditando que estamos buscando uma solução para um problema extremamente sério.

Eu gostaria que os Vereadores lembrassem do outro Plenário, quando o povo nos acompanhou até a madrugada, quando senhoras desmaiaram e foram atendidas pelo serviço médico da Câmara; quando o povo nos dizia que estava sendo cobrado, e muito, o IPTU, e a Prefeitura, através dos seus porta-vozes Olívio Dutra, Tarso Genro, João Verle – que ali lê um belo jornal –, dizia que foi a Câmara que aprovou. E quando os muitos populares foram à Prefeitura, mandaram que fossem à Câmara. Isso é importante que tenhamos presente.

É possível que, num raciocínio tranqüilo, sem as animosidades que hoje aqui ocorreram, sem as paixões aqui demonstradas, é possível que o bom senso prevaleça e nós tenhamos oportunidade, na segunda-feira, o que não é nada de extraordinário, porque extraordinário já foi convocar na terça-feira, quando ficamos aqui até às 17 horas da tarde, reuniões para ontem e para hoje. Para nós não faz diferença maior se voltar aqui na segunda-feira, porque já está anunciado que o Executivo Municipal vai convocar a Câmara para tratar de problemas que lhe interessam durante o mês de janeiro. Então, nada de mais na solicitação feita pelo Ver. Vicente Dutra, e acho que o bom senso talvez pudesse colocar melhores soluções, já que negamos a oportunidade ao autor do Projeto de retirar uma matéria que era sua. Eu não consigo entender que isso tenha ocorrido. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa coloca em votação nominal o Requerimento do Ver. João Dib, Líder do PDS.

Solicito ao Ver. Airto Ferronato, na qualidade de Secretário “ad hoc”, que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.

 

O SR. SECRETÁRIO “AD HOC”: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 06 Srs. Vereadores votaram SIM e 21 Srs. Vereadores votaram NÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: REJEITADO o Requerimento.

 

(Votaram SIM os Vereadores Isaac Ainhorn, João Dib, Mano José, Omar Ferri, Vicente Dutra e Leão de Medeiros. Votaram NÃO os Vereadores Airto Ferronato, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Gert Schinke, Giovani Gregol, Jaques Machado, João Motta, João Verle, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Letícia Arruda, Luiz Machado, Nereu D'Ávila, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, Mario Fraga, Adroaldo Corrêa e João Bosco.)

 

O SR. VICENTE DUTRA (Questão de Ordem): Estou inconformado pela Mesa não ter recebido um destaque que tentei apresentar e a Mesa alegou que havia entrado no período de discussão. Entretanto, entrou no período de votação. Não foi iniciado o encaminhamento de votação; portanto, entendo que ainda há tempo.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Vicente Dutra, a Mesa solicita à Diretoria Legislativa o apanhado taquigráfico onde consta a declaração de que já estávamos no período de votação, motivo pelo qual apregoamos o seu Requerimento, anteriormente à votação do Requerimento do Ver. Vieira da Cunha. A Mesa mantém a posição.

Os Srs. Vereadores que quiserem encaminhar a votação poderão fazer a partir deste momento.

Com a palavra o Ver. João Dib para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acho o momento da maior iniqüidade este que ocorre aqui nesta Casa, na noite de hoje, quando esta Casa, não respeita o direito do autor de um projeto de retirá-lo da Ordem do Dia. As duas Bancadas mais fortes se congregam, se unem e apenas confirmam aquilo que eu havia afirmado ontem: as forças do mal se unem contra a população porto-alegrense, se unem contra a Câmara Municipal para que a Câmara seja desautorizada, desprezada, como vem sendo feito até agora pelo Executivo Municipal, esta mesma Câmara que, através de seis líderes, pediu uma audiência com o Prefeito Municipal e não conseguiu, aquele mesmo Prefeito, Tarso Fernando Genro, que foi ao outro Plenário pedir que fosse votado o projeto do IPTU como eles desejavam, aquele mesmo Tarso Fernando Genro que, juntamente com o Sr. João Verle, reiteradas vezes, disse que esta Câmara havia aprovado o IPTU, esta Câmara que apenas viu um decreto que estava fora de data, mas que não colocou obstáculo por isso, e que dizia que o acréscimo do IPTU era de 1076%, e o que vimos foi a barbaridade que aconteceu, e o que veremos, a partir de 2 de janeiro, pelo encontro, pelo somatório das duas maiores forças da Casa, mas força pelo número, não pela dignidade, não pela seriedade com que os problemas devem ser tratados, não pelo amor à Cidade, essa força se somou hoje para violentar o interesse do contribuinte porto-alegrense, mas também para legalizar a violência do Executivo Municipal. Esta Casa se desmoraliza, mais uma vez, porque não tem negado nada ao Executivo, e algumas vezes não entendo por que os discursos mudam aqui de repente, não entendo a falta de coerência de alguns, passo a não saber por que, pela manhã, se fala de uma maneira, e à tarde, de maneira completamente diferente. Que interesses existem, que abraços acontecem e sempre acontecem contra o povo? Porque, quando os funcionários foram lesados pelo Executivo Municipal, eu tive que brigar com esta Casa do dia 31 de julho ao dia 13 de dezembro para que a Casa tomasse uma posição contra o Prefeito. Por que ainda não foi encaminhada à Auditoria? Por que não designaram os responsáveis pela ação que deve ser movida contra o Prefeito? São as coisas que eu não entendo, que me causam dúvidas sérias, porque, volto a dizer, eu tenho sentado no primeiro minuto de cada Sessão desta Casa e só saio no último, e até nos poucos minutos que eu quis que a minha Bancada examinasse o processo onde textualmente está provado que a Emenda proposta pelo Ver. Isaac Ainhorn foi rejeitada pela Comissão Conjunta que analisou o Projeto. Mas a Mesa não me deixou ouvir a Comissão de Justiça. Se isso é justiça, então eu não sei o que seja. Falta dizer que a Comissão de Finanças também, ao longo de todo o ano, não me respondeu como é que estava sendo usado o dinheiro da Prefeitura porque o Dr. Verle não mandava balancetes à altura. Mas fora eu o Presidente da Comissão de Finanças essas contas me seriam dadas.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encaminha, pelo PFL, o Ver. Artur Zanella.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, aproveitando até a frase do Ver. José Valdir, que é professor de História, se criou uma imagem de que Brutus foi um assassino. Não, Ver. José Valdir, o senhor, como professor de História, deveria saber que Brutus matou César para defender a democracia. Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu creio que, ao final de um dia como o de hoje, a análise de todos esses substitutivos e esses projetos, ao menos eu cheguei à conclusão de que o melhor era não terem votado este Projeto. Se votarmos este Projeto e o seu Substitutivo nº 01, eu creio que dariam uma proteção maior ao contribuinte desta Cidade e por isso apresentarei uma Emenda, a Emenda nº 04 ao Substitutivo, dizendo que os efeitos da presente lei, se for aprovado, evidentemente, o Substitutivo, serão pertinentes ao exercício fiscal de 1992, sendo que eventuais alterações nos valores lançados para o Imposto Predial e Territorial Urbano somente serão efetivados a partir de julho de 1992 com a emissão de um segundo carnê. Eu fiz isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, até em função de uma manifestação do Dr. João Verle, que dizia que o Projeto do Ver. Leão de Medeiros inviabilizaria a emissão dos carnês, a cobrança do IPTU. Então, Sr. Presidente, por esta emenda pretende remeter o assunto para o segundo semestre, dando tempo, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, para que no primeiro semestre, e isso aí não cai no princípio da anualidade, no primeiro semestre nós tivéssemos condições, quem sabe, da constituir um conselho revisor desses carnês do Imposto do IPTU. Creio que é uma demasia para esta Casa aceitar a Emenda do Ver. Décio Schauren porque nos traz uma responsabilidade no encerrar, mas põe encerrar nisso, no encerrar do ano legislativo para que nós, quase à meia-noite declaremos que a Planta de Valores é aprovada por este Legislativo. Andei consultando e, na verdade, não é tão claro que isso juridicamente produza os efeitos que eu temo que sejam produzidos, isto é, de que a Justiça, em função dessa aprovação, teria maiores dificuldades quando de alguns recursos. Não vejo por que esta Casa vá assumir esta responsabilidade. Quanto aos outros Substitutivos, Emendas, eu, pessoalmente... Evidentemente aqui o voto isolado de um Vereador... Eu vou me abster em todas. Eu vou votar a favor do Substitutivo do Ver. Leão de Medeiros. A minha Emenda, pelo jeito, terá muito poucos votos. Eu votarei contra a Emenda do Ver. Décio Schauren e vou pessoalmente abster-me de todas as outras votações. Acho que não é a noite própria para tomar decisões tão conflitantes que não chegaram hoje a um consenso.

 

(Aparte inaudível.)

 

O SR. ARTUR ZANELLA: O Ver. José Valdir agora finalmente me compreende. Eu votarei naquilo que considero importante, e o que eu não considero importante me abstenho, porque não quero fazer um voto negativo ao Substitutivo nº 04, do Ver. Décio Schauren, por exemplo, pois ele chegou agora às minhas mãos. Então, não posso votar nem a favor nem contra. Porque a abstenção é um voto. Sempre se colocou aqui inclusive. Se uma pessoa que se abstém justificar o seu voto ou não, porque se absteve, a abstenção é um voto, é uma posição de quem não concordou com o processo exaustivo que esta Casa teve hoje na discussão desse Projeto, que eu acho que deveria ter sido feito em agosto, setembro, quando o Ver. Leão de Medeiros apresentou o Projeto, e não agora, neste final de ano. Desejando a todos que esse recesso traga um espírito menos belicoso, menos atormentado pelos problemas que esta Cidade, que este Legislativo tem, eu encerro, cumprimentando o Sr. Presidente pela administração da Sessão de hoje. Foi uma Sessão muito difícil, e o Ver. Antonio Hohlfeldt, que diz que renunciará, tampouco hoje, na minha opinião, demonstrou por que ele foi tão bom Presidente desta Casa durante este ano. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, não temos mais Lideranças inscritas para encaminhamento. Entramos no processo de votação formal e a Mesa orienta os Srs. Vereadores em relação a como fazer a votação. Inicialmente, vota-se o Substitutivo nº 01, do Ver. Leão de Medeiros, com ressalva das Emendas. Se aprovado, votam-se as emendas, uma a uma. Aprovadas as Emendas 01 e 02, prejudicam parcialmente a Emenda 03.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Na forma da Lei Orgânica, art. 51, estamos no sábado e, textualmente, não pode haver votação.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Dib, a Mesa já fez as consultas e mantém o processo de votação iniciado. V. Exª, posteriormente, poderá tomar as providências que entender. O art. 111 dá guarida à decisão de que, iniciado o processo de votação, ele não pode ser interrompido, e esse processo foi iniciado há dez minutos. A Mesa, Ver. Dib, já havia tomado todas as informações possíveis para os encaminhamentos necessários.

 

O SR. VICENTE DUTRA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, requeiro a suspensão da votação deste Processo, com base no art. 51, que diz bem claro que, exceto no sábado, a Câmara não pode trabalhar. Ora, a Lei Orgânica é superior – V. Exª repetiu isso, várias vezes durante esse processo todo – ao Regimento Interno. Portanto, ela tem prevalência sobre o Regimento Interno. Além do mais, no dia 27, terminou o prazo de Convocação publicado nos jornais.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, a Mesa mantém a posição de que, iniciado o processo de votação, não há interrupção. Estão mantidos os apanhados taquigráficos, os registros que V. Exªs fazem, e caberão, posteriormente, as decisões que se encaixarem no processo.

 

O SR. VICENTE DUTRA: Sr. Presidente, requeiro que a matéria seja encaminhada à Comissão de Justiça para que seja examinada a procedência do meu Requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, indeferido o Requerimento de V. Exª. Cabe apelo na próxima Sessão regimental.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, V. Exª falou no artigo 111 do Regimento ou da Lei Orgânica?

 

O SR. PRESIDENTE: O artigo 111 do Regimento Interno, Processo de Votação, Disposições Preliminares e todos os seus parágrafos, Vereador.

 

O SR. JOÃO DIB: Nobre Vereador Presidente, nós estamos votando um novo Regimento Interno em função do que o atual não está valendo, quando a Lei Orgânica é clara que aos sábados não se trabalha nesta Casa. V. Exª recentemente disse que não podemos trabalhar sábados e domingos porque a Lei Orgânica assim determina.

 

O SR. PRESIDENTE: E assim mantém a posição, Ver. João Dib, mas iniciou-se o processo de votação e a Mesa levará o processo de votação ao final. V. Exª terá todo o poder de impugnação, terminado o processo de votação.

 

O SR. LEÃO DE MEDEIROS: Sr. Presidente, para efeitos taquigráficos, gostaria que V. Exª registrasse, neste momento, o horário e o dia que V. Exª está respondendo, quanto à Sessão, neste momento.

 

O SR. PRESIDENTE: O horário, neste momento em que Mesa tenta, há três minutos, iniciar o processo de votação formal, é três minutos passados da meia-noite, Ver. Leão de Medeiros. Não tem a Mesa nenhum óbice em fazer o registro que V. Exª solicita.

 

O SR. OMAR FERRI (Questão de Ordem): Esposo o mesmo posicionamento do Ver. João Antônio Dib. A Lei Orgânica suplanta o Regimento Interno. Faço esta Questão de Ordem para que fique registrada nos Anais esta minha inconformidade e para que se usem os Anais com este registro para anular esta Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, a Mesa com toda a humildade recebe o registro de V. Exª e fica registrado nos Anais.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, eu quero que se registre que, à meia-noite e quatro minutos, a Bancada do PDS se nega a votar.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, segundo o parágrafo 1º do art. 111 nenhum Vereador poderá recusar-se de votar sob pena de ser considerado ausente, salvo se fizer declaração prévia de estar impedido ou nas votações simbólicas ou nominais declarar-se impedido de votar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, solicito que considere a Bancada do PDS ausente.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, a Mesa solicita o apanhado taquigráfico para inclusão no processo.

 

A SRA. LETÍCIA ARRUDA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, mais uma vez apelo a V. Exª quanto ao Regimento Interno, artigo 187: “Compete à Mesa tomar as providências necessárias à defesa dos direitos dos Vereadores decorrentes do exercício do mandato.” Portanto, Sr. Presidente, eu sou Vereadora desta Casa e os meus companheiros que aqui estão integrando esta Sessão querem votar. E nós temos o direito de votar. Por favor, proceda à votação.

 

O SR. PRESIDENTE: Verª Letícia Arruda, é o que a Mesa vai fazer.

Solicito ao Sr. Airto Ferronato, Secretário “ad hoc”, que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação do Substitutivo nº 01, de autoria do Ver. Leão de Medeiros, aposto ao PLCL nº 033/91 – Proc. nº 2052/91.

 

O SR. SECRETÁRIO “AD HOC”: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 01 Sr. Vereador votou SIM, 21 Srs. Vereadores votaram NÃO e 05 Srs. Vereadores optaram pela ABSTENÇÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: REJEITADO o Substitutivo nº 01.

 

(Votou SIM o Vereador Artur Zanella. Votaram NÃO os Vereadores Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Gert Schinke, Giovani Gregol, Jaques Machado, João Verle, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Letícia Arruda, Luiz Machado, Nereu D'Ávila, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, Mário Fraga, Adroaldo Corrêa, João Bosco, Antonio Hohlfeldt e João Motta. ABSTIVERAM-SE de votar os Vereadores Airto Ferronato, Edi Morelli, Luiz Braz, Omar Ferri e Isaac Ainhorn, estes dois com Declaração de Voto.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa apregoa as Declarações de Voto dos Vereadores Omar Ferri e Isaac Ainhorn.

Solicito ao Sr. Secretário “ad hoc” que proceda à leitura das referidas Declarações.

 

O SR. SECRETÁRIO “AD HOC”: (Lê.):

“Me abstive de votar, entendendo na nulidade da votação por vícios formais e atropelo do RI e LOM.

Porto Alegre, 28 de dezembro de 1991.

(a)    Omar Ferri.”

 

“Pelos mesmos motivos, endosso a declaração de voto acima.

Porto Alegre, 28 de dezembro de 1991.

(a)    Isaac Ainhorn.”

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Isaac Ainhorn, a Mesa solicita formalmente a inclusão, no processo, do documento.

Srs. Vereadores, rejeitado o Substitutivo nº 01, passamos ao Substitutivo nº 02, de autoria do Ver. João Dib; da mesma forma, “sim” aprova o Substitutivo, “não” rejeita. São necessários 17 votos para a sua aprovação.

Solicito ao Sr. Airto Ferronato, Secretário “ad hoc”, que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.

 

O SR. SECRETÁRIO “AD HOC”: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 21 Srs. Vereadores votaram NÃO e 06 Srs. Vereadores optaram pela ABSTENÇÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: REJEITADO o Substitutivo nº 02.

 

(Votaram SIM os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Gert Schinke, Elói Guimarães, Jaques Machado, Giovani Gregol, João Motta, João Verle, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Letícia Arruda, Luiz Machado, Nereu D'Ávila, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, Mario Fraga, Adroaldo Corrêa e João Bosco. ABSTIVERAM-SE de votar os Vereadores Edi Morelli, Artur Zanella, Airto Ferronato, Isaac Ainhorn, Luiz Braz e Omar Ferri, esse com Declaração de Voto.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa apregoa a Declaração de Voto do Ver. Omar Ferri.

Solicito ao Sr. Secretário “ad hoc” que proceda à leitura da referida Declaração.

 

O SR. SECRETÁRIO “AD HOC”: (Lê.):

“Declaração de Voto

Me abstive de votar entendendo na nulidade da votação por vícios formais e atropelo do Regimento Interno e Lei Orgânica.

Porto Alegre, 28 de dezembro de 1991.

(a)    Omar Ferri.”

 

O SR. PRESIDENTE: Passamos ao Substitutivo nº 04, com ressalva do Destaque ao art. 3º. “Sim” aprova o Substitutivo, “não” rejeita.

Solicito ao Sr. Secretário “ad hoc” que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.

 

O SR. SECRETÁRIO “AD HOC”: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 21 Srs. Vereadores votaram SIM, 01 Sr. Vereador votou NÃO e 05 Srs. Vereadores optaram pela ABSTENÇÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: APROVADO o Substitutivo nº 04, com ressalva do destaque solicitado pelo Sr. Leão de Medeiros.

 

(Votaram SIM os Vereadores Antonio Hohlfeldt, esse com Declaração de Voto, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Jaques Machado, João Motta, João Verle, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Letícia Arruda, Luiz Machado, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, Mário Fraga, Adroaldo Corrêa, Nereu D'Ávila, Gert Schinke e João Bosco. Votou NÃO o Vereador Airto Ferronato. ABSTIVERAM-SE de votar os Vereadores Artur Zanella, Isaac Ainhorn, Omar Ferri, Edi Morelli e Luiz Braz.)

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. Secretário “ad hoc” que proceda à leitura da Declaração de Voto encaminhada à Mesa.

 

O SR. SECRETÁRIO “AD HOC”: (Lê.):

“Voto favorável ao Substitutivo nº 04, esperando que a administração municipal e a bancada governista tenham bem avaliado o processo assumido em nome da defesa dos interesses da população pobre do Porto Alegre, contemplada no Orçamento Participativo, cujas obras dependem, segundo a alegação governamental, da arrecadação do IPTU, como seu principal imposto.

Sala das Sessões, 28 de dezembro de 1991.

(a)    Antonio Hohlfeldt.”

 

O SR. PRESIDENTE: Vota-se agora o art. 3º do Substitutivo nº 04.

 

O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): Para uma consulta, Sr. Presidente. Já que é sabido o resultado da votação em todas elas, não poderia ser uma votação simbólica para ganharmos mais tempo?

 

O SR. PRESIDENTE: Se não houver oposição do Plenário, sim, Ver. Edi Morelli.

 

O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Eu não vou fazer oposição nenhuma. Só lembro que, nesses casos, o acessório segue sempre o principal. Tenho impressão que até para a parte administrativa seria prudente continuarmos na mesma forma de votação.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador Edi Morelli, a Mesa vai seguir a questão levantada pelo Ver. Artur Zanella. Agora temos a votação nominal solicitada pela Verª Letícia Arruda. Mantemos a votação nominal. A Mesa repete a orientação. Os Vereadores que quiserem reintroduzir o artigo no texto original votarão “sim”; os contrários votarão “não”. Deverá haver 17 votos favoráveis.

Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 21 Srs. Vereadores votaram SIM e 06 Srs. Vereadores optaram pela ABSTENÇÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: APROVADO o art. 3º do Substitutivo nº 04.

 

(Votaram SIM os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Gert Schinke, Giovani Gregol, Jaques Machado, João Motta, João Verle, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Letícia Arruda, Luiz Machado, Nereu D'Ávila, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, Mário Fraga, Adroaldo Corrêa e João Bosco. ABSTIVERAM-SE de votar os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Edi Morelli, Elói Guimarães, Isaac Ainhorn e Omar Ferri.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa, para registro taquigráfico, comunica que retirou Requerimento do Ver. Leão de Medeiros por uma questão de respeito ao Vereador ausente na Sessão.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, aos 24 minutos do dia 28 de dezembro, sábado, quando se encerrou a Convocação Extraordinária à meia-noite, a Mesa entende que pode colocar em votação uma nova matéria?

 

O SR. PRESIDENTE: Não é nova matéria, Vereador. É o fechamento do processo com a votação. A Mesa não vai discutir com V. Exª. O registro está feito ao Vereador, que retornou à Sessão sem ter votado nenhuma matéria neste momento.

Requerimento do Ver. João Motta solicitando seja o Substitutivo nº 04 aposto ao PLCL nº 033/91 dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data.

Em votação. Com a palavra o Ver. João Dib para encaminhar.

Enquanto o Ver. João Dib se dirige à tribuna, a Mesa registra Requerimento do Ver. João Acir Verle, que comunica que assumirá o cargo de Secretário Municipal da Fazenda.

 

O SR. LUIZ MACHADO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, pedindo escusas ao Ver. João Dib, que já está na tribuna, solicito a Questão de Ordem porque houve um episódio envolvendo este Vereador e o Ver. Isaac Ainhorn hoje. Não poderia chegar a um sábado e deixar passar algo que fiz de público. Se cometi um erro publicamente, não vou pedir escusas longe, sozinho com o Vereador. Quero fazer de público porque ofendi a um povo heróico e trabalhador, a sociedade judaica, que nos merece todo o respeito. Tenho o maior respeito por esse povo e quero, de público, pedir perdão ao Ver. Isaac Ainhorn, porque eu não conseguiria dormir bem esta noite em virtude de ter usado contra a sociedade judaica uma expressão negativa, que não faz parte do meu dicionário. Sou um homem trabalhador e para mim todas as pessoas são iguais e merecem o respeito. Hoje peço perdão pela expressão que usei contra o povo da sociedade judaica.

 

O SR. PRESIDENTE: Feito o registro, Vereador, a Mesa concede Questão de Ordem ao Ver. Artur Zanella.

 

O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, não sei se é pelo adiantado da hora, mas, quando V. Exª concedeu a licença ao Ver. João Verle, eu não ouvi...

 

O SR. PRESIDENTE: Eu não concedi licença. Apenas fiz o comunicado do afastamento.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Mas V. Exª não convocou o suplente. Como vamos entrar num processo de Comissão Representativa, acho que a Mesa deve convocar o suplente do Ver. João Verle, senão a Bancada do PT vai ficar com um Vereador a menos.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, a Mesa vai consultar a Srª Auditora, se essa necessidade de faz ou se a substituição é automática.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Suplente, na Comissão Representativa, com todo o respeito, Presidente, tem que ser convocado!

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Zanella, a Mesa vai verificar para poder responder a V. Exª.

A palavra com o Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, meu caro Ver. Luiz Machado. O Ver. Luiz Machado dá um exemplo de grandeza, reconhecendo que os ânimos acirrados fazem com que, algumas vezes, a gente se exceda, e pede escusas publicamente ao amigo que, involuntariamente, ofendeu. Esta Casa comete um grave erro, no entendimento deste pequeno Vereador, que lê mal a Lei Orgânica, que querem até provar para este pequeno Vereador, para este jovem Vereador, para esse novo Vereador, que estamos votando a mesma matéria. Estamos votando a mesma matéria! Eu nunca vi tantas barbaridades quantas eu vi hoje, nunca vi tantas agressões quantas eu vi hoje. Nunca vi tantas coisas num dia só, que eu não pudesse entender. E esta é a última que podiam fazer. É uma brincadeira de Vereador! Fico profundamente irritado, porque eu não admito as coisas que são feitas de forma errada, e isso é uma aberração, tentar provar para alguém que tem curso superior que estamos votando a mesma matéria. Já foi uma aberração discordar da Lei Orgânica. Mas também, como o Ver. Luiz Machado, toda a minha irritação, toda minha desconformidade fica por aqui mesmo. Porque eu não preciso que seja Natal, não preciso que seja Ano-Novo. Meu coração jamais guardou ressentimentos; meu coração está cheio de preocupações com o povo desta Cidade, com aqueles que terão que pagar o que não podem pagar. Meu coração é tão tranqüilo, que, neste momento, cheio de dores, que são permanentes, o meu coração, com toda a lisura, é capaz de dizer a Deus que ajude aquele que me feriu e que me deixou assim. Então, não é aos 32 Vereadores que compõem esta Casa que eu vou guardar qualquer ressentimento; não é a nenhuma dessas pessoas maravilhosas que passaram horas e horas aí, assistindo o debate desta Câmara, que eu vou querer algo diferente do que um Ano-Novo maravilhoso, cheio de saúde, cheio de paz, cheio de compreensão, cheio de sonhos, sonhos com uma cidade melhor, um mundo melhor com todas as coisas boas para todos, mas para todos, sem nenhuma exceção, mas, evidentemente, eu também sou obrigado a dizer que continuo não concordando, mas a minha não concordância é uma questão de convicção, a mesma convicção que me faz transbordar de carinho para cada um dos senhores. Saúde a todos! Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não há mais inscritos. Colocamos em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que estiverem de acordo permaneçam como estão. (Pausa.) APROVADO, com abstenção dos Vereadores Isaac Ainhorn, Omar Ferri e Edi Morelli e contra os votos dos Vereadores Leão de Medeiros, Vicente Dutra e Mano José, que retornaram ao Plenário, e João Dib, que já se encontrava aqui.

Srs. Vereadores, a Mesa encerra os trabalhos...

 

O SR. ADROALDO CORRÊA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, de alguma forma que me diz respeito pessoalmente, fiquei preocupado com a Questão de Ordem levantada pelo Ver. Artur Zanella.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa atende a questão levantada pelo Ver. Artur Zanella, comunica ao Plenário e responde ao Ver. Zanella que o Ver. Adroaldo Corrêa já se encontrava na substituição do Ver. Clovis Ilgenfritz e permanece na substituição do Ver. Verle e, sobretudo, o Ver. Adroaldo Corrêa já fora eleito para a Comissão Representativa. Portanto, fica convocado o Ver. Adroaldo Corrêa, e a Mesa agradece ao Ver. Zanella pela colaboração.

Srs. Vereadores, nós encerramos os trabalhos...

 

O SR. VICENTE DUTRA: Sr. Presidente, eu pergunto à Mesa como é que fica a Redação Final deste Projeto de Lei, porque vejo que o Ver. João Motta está passando aqui no Plenário, sem passar pela Comissão de Justiça a Redação Final. De acordo com o art. 127 do Regimento Interno, está bem claro aqui e explícito que a Redação Final é da competência - item III - da Comissão de Justiça e Redação nos demais casos. Então, quero saber como é que a Mesa se comporta em relação a mais esta flagrante agressão ao Regimento Interno.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, a Mesa encerrará os trabalhos e verá como pode tomar a providência e que tipo de providência a ser tomada enquanto Presidência da Casa.

 

O SR. EDI MORELLI (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a Questão de Ordem é que, no encerramento do ano legislativo, em nome da Bancada do PTB, queremos desejar a todos os Vereadores desta Casa, inclusive aos seus familiares também, aos funcionários desta Casa, os votos de um Ano-Novo com muita compreensão, e que dias melhores nós encontremos no ano de 1992, também em nome do PMDB.

 

O SR. PRESIDENTE: Ao Ver. Edi Morelli, ao Ver. Airto Ferronato, o nosso muito obrigado.

 

O SR. OMAR FERRI (Questão de Ordem): Encaminho uma Questão de Ordem da mesma forma que encaminhou o Presidente da Comissão de Justiça e Redação. O art. 127 do RI é bastante claro, razão por que pelo menos fique registrado nos Anais destes derradeiros minutos do encerramento desta Sessão: mais um atropelo é feito no final da Sessão com relação ao RI.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, é a mesma Questão de Ordem, citando formalmente o artigo. A Mesa, depois, se valerá do apanhado taquigráfico para tomar a providência que couber. Então, fica o registro, sem maiores problemas: a providência que couber será tomada.

 

O SR. VICENTE DUTRA: Sr. Presidente, solicito a V. Exª que seja fornecido a este Vereador todo o apanhado taquigráfico do processo de votação encerrado neste momento.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu indago a V. Exª quando a Câmara de Vereadores retoma as suas atividades.

 

O SR. PRESIDENTE: Se as Questões de Ordem permitirem, a Mesa faz a convocação pertinente, Ver. Isaac Ainhorn.

Ver. Vicente Dutra, a Mesa orienta: a Diretoria Legislativa há de lhe conceder o apanhado taquigráfico e alerta que só poderá ser no próximo dia útil. Evidentemente, não há condições de fazê-lo na madrugada de hoje.

Srs. Vereadores, a Mesa está convocando os Srs. Vereadores para a reunião regimental da Comissão Representativa, na próxima quinta-feira, horário das 9h30min, para uma Sessão Extraordinária para o mesmo dia, quinta-feira, para a renúncia deste Presidente, conforme consta do protocolo firmado no ano passado e que será cumprido por este Vereador.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu gostaria que V. Exª me informasse quando se retoma o expediente normal da Casa.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Isaac Ainhorn, V. Exª e todos os 33 Vereadores e todas as chefias de setores da Câmara receberam uma Ordem de Serviço deste Presidente, contendo orientação suspendendo os trabalhos nos dias 30 e 31, segunda e terça-feira, tendo em vista a segunda etapa de desinsetização do prédio, que é necessária, por orientação da Secretaria da Saúde. Portanto, segunda e terça-feira não há trabalho formal na Casa, e a Mesa aproveita para acrescentar que esse fato não elide o cumprimento dos prazos regimentais de envio, por parte da Presidência e da Casa, da Redação Final do processo relativo à abertura do comércio aos domingos, que será feito pelo Sr. Diretor Administrativo, entregando no Protocolo da Prefeitura Municipal, dentro do prazo regulamentado. Apenas fizemos uma adequação do prazo para podermos seguir estritamente aquilo que a legislação nos orienta.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): V. Exª na quinta-feira renuncia?

 

O SR. PRESIDENTE: Na quinta-feira a Mesa tem uma reunião pela manhã, e estamos convocando uma Sessão à tarde para renúncia deste Presidente. A partir daí, o Presidente substituto fará as demais medidas que lhe competem.

 

O SR. JOÃO DIB: A convocação será para o Plenário todo e não para a Representativa?

 

O SR. PRESIDENTE: Na quinta-feira de manhã é a Representativa; na quinta-feira à tarde, a Extraordinária, do conjunto dos 33 Vereadores. Nenhum membro da Mesa pode renunciar na Comissão Representativa, ou pelo menos há dúvida quanto a isso. Estamos convocando a Extraordinária para a renúncia deste Presidente.

Srs. Vereadores, a Mesa se permite, ao encerrar os trabalhos, agradecer a todos os Srs. funcionários pelo esforço deste trabalho, e aos 32 Vereadores. Quanto às decisões futuras, evidentemente cada Bancada já tem as suas decisões tomadas. Esta Presidência tentou, neste último dia formal de Sessões, conduzir os trabalhos dentro dos termos a que se propôs, buscando atender, na medida do possível, os encaminhamentos equilibrados entre todas as Questões de Ordem formuladas. Peço perdão, com toda a humildade, se não atendi a todos, mas já aprendi, quando fui Secretário dos Transportes, que atender a todos é impossível. Busquei atender, apenas, a minha consciência. Se errei, peço perdão aos Srs. Vereadores.

Encerramos os trabalhos, desejando a todos, efetivamente, boas festas e que 1992 não nos traga novamente um desafio semelhante ao que vivemos nesse ano que se encerra.

 

(Levanta-se a Sessão às 0h41min.)

 

* * * * *